O último poema de Almeida Garrett
Está entre as centenas de manuscritos do espólio do escritor que a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra tem à sua guarda. É, pelo menos para já..., o último poema escrito por Almeida Garrett. Não tem título, mas é datado de 3 de Agosto de 1853.
Eu disse a Deus: - Que importa,
Senhor, à tua glória
que sobre mim se feche a eterna porta
do túmulo, e não fique mais memória
deste verme de um dia na terra que o sumia?
Não foi teu braço forte
que do seio do nada
tirou a vida, e mandou logo a morte
para trazer eterno equilibrado
entre o ser e o não ser
nossa força e poder?
Escrito nas estrelas,
Chamado pelos ventos,
Bradado pelos mares nas procelas
no céu, na terra, em imortais acentos
Por toda parte está
o nome de Jeová.
Na imensa natureza
a voz do homem é nada.
Está entre as centenas de manuscritos do espólio do escritor que a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra tem à sua guarda. É, pelo menos para já..., o último poema escrito por Almeida Garrett. Não tem título, mas é datado de 3 de Agosto de 1853.
Eu disse a Deus: - Que importa,
Senhor, à tua glória
que sobre mim se feche a eterna porta
do túmulo, e não fique mais memória
deste verme de um dia na terra que o sumia?
Não foi teu braço forte
que do seio do nada
tirou a vida, e mandou logo a morte
para trazer eterno equilibrado
entre o ser e o não ser
nossa força e poder?
Escrito nas estrelas,
Chamado pelos ventos,
Bradado pelos mares nas procelas
no céu, na terra, em imortais acentos
Por toda parte está
o nome de Jeová.
Na imensa natureza
a voz do homem é nada.